Tucumán implementará reforma electoral antes de fin de año
Tucumán se prepara para uma reforma eleitoral antes de o ano acabar. O governo local, depois de algumas discussões internas, conseguiu chegar a um consenso sobre mudanças que são um verdadeiro divisor de águas. Porém, essa reestruturação não veio sem polêmica. A oposição criticou intensamente a decisão de não acabar com o sistema de acoples e manter o atual sistema de votação.
O novo projeto, que será discutido na última sessão legislativa programada para 18 de dezembro, tem como objetivo limitar a quantidade de acoples. Por enquanto, a introdução da Boleta Única, seja eletrônica ou de papel, foi deixada de lado.
Desde o início de 2025, o vice-governador Miguel Acevedo havia prometido que haveria uma reforma eleitoral este ano. Esse compromisso tomou força quando uma delegação de legisladores, tanto do governo quanto da oposição, foi a Salta em maio para observar as eleições provinciais. Isso foi um momento importante para entendermos como funciona a boleta única eletrônica e o processo de contagem no Tribunal Eleitoral.
Além disso, houve um evento na Legislatura chamado DemoTech VIII, que promoveu debates sobre a integridade do sistema eleitoral. Acevedo e o vice de Salta, Antonio Marocco, organizaram essa jornada com a participação de legisladores, especialistas e representantes da sociedade civil. O clima estava propício para a discussão de mudanças profundas, especialmente após as eleições legislativas de outubro.
Durante essas discussões, muitos legisladores da Unión Cívica Radical, Fuerza Republicana e dirigents de La Libertad Avanza pediram para acabar com o sistema de acoples e revisaram a maneira de votar. No entanto, o governo alegou que qualquer mudança drástica no sistema de votação exigiria uma reforma constitucional, algo que poucos estavam dispostos a fazer.
Dentro do próprio peronismo, as conversas sobre a reforma eleitoral geraram tensões. Muitos temiam que a mudança enfraquecesse suas bases eleitorais, especialmente no interior, onde os acoples são fundamentais para mobilizar a militância. Um membro influente do peronismo da região lembrou que, mesmo com a vontade de modernizar, o sistema atual ainda beneficia a oposição, atuando como um grande dinamizador das estruturas eleitorais.
Recentemente, após uma reunião entre o governador Osvaldo Jaldo, Acevedo e o presidente interino da Câmara, Sergio Mansilla, foi anunciada a agenda para as reformas eleitorais. Entre os pontos discutidos estão a redução de acoples, a implementação de uma ficha limpa, listas de candidatos com paridade de gênero e um incentivo para que os educadores que atuem como autoridades de mesa recebam pontos.
Acevedo comentou que as mudanças visam simplificar o sistema e torná-lo mais acessível. O novo modelo de acoples será diretamente proporcional ao número de cadeiras na legislatura para cada região de Tucumán. Isso significa que, para a seção Este, que conta com 12 assentos, um candidato a governador poderá ter um número equivalente de acoples.
Por outro lado, a decisão de manter o tradicional voto de papel foi justificada por Acevedo com a relação ao custo. Ele mencionou que, devido à diminuição das transferências de verbas e à incerteza financeira, a introdução de um sistema mais caro não era viável neste momento.
Assim que esse acordo foi divulgado, as vozes da oposição se elevaram, e é esperado que mais críticas surjam durante a próxima sessão. Os desafios permanecem, e a discussão sobre o futuro do sistema eleitoral em Tucumán está longe de acabar.